A Associação Portuguesa de Realizadores (APR) criticou ontem a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, e considerou "intrigante" a falta de verbas do Instituto de Cinema Audiovisual e Multimédia (ICAM) que levou à não abertura de alguns concursos aos subsídios no ano passado.
Em 2005 ficaram de fora concursos aos subsídios para as primeiras obras ou filmes de animação, quando no início do ano o ICAM anunciou que estes concursos iriam abrir. As críticas foram feitas num comunicado, que surge depois do ICAM ter anunciado, na semana passada, os concursos que vai abrir este ano e o número de obras a apoiar em cada. No comunicado, a APR, à qual pertencem realizadores como João Mário Grilo, Alberto Seixas Santos e Miguel Gomes, critica a ministra por defender a "continuidade da política do PSD [no ICAM] e do senhor ex-ministro Morais Sarmento, que nada tem que ver com as posições defendidas pelo partido do Governo quando este estava na oposição nem com o programa eleitoral apresentado para esta área", escrevem. Segundo o presidente do ICAM, José Pedro Ribeiro, os concursos de 2005 não foram lançados por falta de verbas. "Foi uma opção estratégica - disse - para poder cumprir compromissos assumidos com filmes apoiados no passado".