Posição oficial da APR sobre a extinção do serviço público estatal da RTP.
A APR, Associação Portuguesa de Realizadores, indigna-se contra a declaração do Governo, através de interposto consultor, ex-funcionário da Goldman Sachs, empresa indissociável do descalabro da economia mundial e, muito concretamente da de Portugal, da intenção de concessionar (?) o Canal 1 da RTP e de extinguir o Canal 2.
A APR considera essa intenção irresponsável e de uma extrema gravidade, impensável numa Europa onde o Serviço Público de Televisão é um bem colectivo, inquestionável (nem mesmo pela Srª Merkel).
A RTP é insatisfatória e muito a temos criticado nós, realizadores, este canal tem dado uma percentagem de apoio e divulgado o cinema português de uma forma mínima, a sua contribuição em programas audiovisuais de produção independente de qualidade é residual. Muito mais teríamos a esperar da RTP, através de um contributo financeiro significativo, de promoção e divulgação activa do cinema Português e de produções audiovisuais nacionais (ficção, documentário e animação) no âmbito do cumprimento serviço público de televisão.
No entanto como cidadãos não podemos aceitar sequer a intenção de matar o Serviço Público de Televisão. De facto é de morte que devemos falar. Uma vez fechado, nada será como antes. Há males irreparáveis e custa a aceitar que o próprio PS, o maior partido da oposição, não se oponha veementemente e mobilize todas as suas forças para impedir esta situação. É inadmissível que o PS faça uma proposta de reposição do serviço público, num futuro ciclo político, em que supostamente irá repor os dois canais da RTP, que estarão em condições mais precárias das que já se encontram actualmente.
É próprio das sociedades civilizadas, a preservação da sua memória, a defesa da diversidade, o respeito pelas minorias, a formação de uma identidade, de um país, de uma língua e cultura distintivas; esse trabalho contínuo deve chegar àqueles que não possuem meios de subscrever os canais pagos, que não têm hábitos ou possibilidades de acesso ao entretenimento inteligente ou à formação através de programas de divulgação de vários ramos do saber.
É tarefa do Estado (vem na Constituição, Sr. Borges, Sr. Relvas, Sr. Passos Coelho) garantir a independência e o pluralismo (basta ler a lei da Televisão).
Cabe ao Serviço Público de Televisão garantir o funcionamento das regras da Informação numa sociedade democrática - ser uma alternativa sustentada aos interesses comerciais das outras estações, privadas.
É para isso que os contribuintes “contribuem”, é isto que pagam os portugueses.
Achamos uma falta de vergonha, que a todos nós nos envergonha, que o Estado pague (neste caso um pretenso Serviço Público) para que os privados lucrem, como acontece na generalidade empresas público/privadas.
O Serviço Público de Televisão tem uma longa história e está presente na memória colectiva do povo português, é com perplexidade e horror que assistimos à leviandade com que se põe a hipótese de liquidar um bem comum, a educação de boa parte da população sem voz, desmunida e cada vez mais empobrecida.
Um país sem memória, sem sentimento de si, é o que estes senhores nos querem impor. Os Portugueses não podem e não vão permitir.
APR - Associação Portuguesa de Realizadores
A APR, Associação Portuguesa de Realizadores, indigna-se contra a declaração do Governo, através de interposto consultor, ex-funcionário da Goldman Sachs, empresa indissociável do descalabro da economia mundial e, muito concretamente da de Portugal, da intenção de concessionar (?) o Canal 1 da RTP e de extinguir o Canal 2.
A APR considera essa intenção irresponsável e de uma extrema gravidade, impensável numa Europa onde o Serviço Público de Televisão é um bem colectivo, inquestionável (nem mesmo pela Srª Merkel).
A RTP é insatisfatória e muito a temos criticado nós, realizadores, este canal tem dado uma percentagem de apoio e divulgado o cinema português de uma forma mínima, a sua contribuição em programas audiovisuais de produção independente de qualidade é residual. Muito mais teríamos a esperar da RTP, através de um contributo financeiro significativo, de promoção e divulgação activa do cinema Português e de produções audiovisuais nacionais (ficção, documentário e animação) no âmbito do cumprimento serviço público de televisão.
No entanto como cidadãos não podemos aceitar sequer a intenção de matar o Serviço Público de Televisão. De facto é de morte que devemos falar. Uma vez fechado, nada será como antes. Há males irreparáveis e custa a aceitar que o próprio PS, o maior partido da oposição, não se oponha veementemente e mobilize todas as suas forças para impedir esta situação. É inadmissível que o PS faça uma proposta de reposição do serviço público, num futuro ciclo político, em que supostamente irá repor os dois canais da RTP, que estarão em condições mais precárias das que já se encontram actualmente.
É próprio das sociedades civilizadas, a preservação da sua memória, a defesa da diversidade, o respeito pelas minorias, a formação de uma identidade, de um país, de uma língua e cultura distintivas; esse trabalho contínuo deve chegar àqueles que não possuem meios de subscrever os canais pagos, que não têm hábitos ou possibilidades de acesso ao entretenimento inteligente ou à formação através de programas de divulgação de vários ramos do saber.
É tarefa do Estado (vem na Constituição, Sr. Borges, Sr. Relvas, Sr. Passos Coelho) garantir a independência e o pluralismo (basta ler a lei da Televisão).
Cabe ao Serviço Público de Televisão garantir o funcionamento das regras da Informação numa sociedade democrática - ser uma alternativa sustentada aos interesses comerciais das outras estações, privadas.
É para isso que os contribuintes “contribuem”, é isto que pagam os portugueses.
Achamos uma falta de vergonha, que a todos nós nos envergonha, que o Estado pague (neste caso um pretenso Serviço Público) para que os privados lucrem, como acontece na generalidade empresas público/privadas.
O Serviço Público de Televisão tem uma longa história e está presente na memória colectiva do povo português, é com perplexidade e horror que assistimos à leviandade com que se põe a hipótese de liquidar um bem comum, a educação de boa parte da população sem voz, desmunida e cada vez mais empobrecida.
Um país sem memória, sem sentimento de si, é o que estes senhores nos querem impor. Os Portugueses não podem e não vão permitir.
APR - Associação Portuguesa de Realizadores