sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Movimento pelo Cinema - quarta-feira 26.10.2011 - no Teatro do Bairro

Este é um momento particularmente grave para a actividade cinematográfica e os seus profissionais. Um momento em que se agudizam dramaticamente os problemas do sector e se põe em causa o futuro do cinema no nosso país. Um sector de actividade estratégico e reconhecidamente fundamental da nossa identidade cultural.

Se a produção de cinema e o tecido que o estrutura e o dissemina está desde há 10 anos num processo de lenta asfixia e a viver nos limites da sua sobrevivência o gigantesco corte orçamental do ICA previsto para 2012 vai lançar tudo no grande caos.

O que vai sobreviver? O que vai ser sacrificado? Como vai ser gerido este novo orçamento? Como se vão reorganizar os apoios e com que objectivos?

Este é o momento em que todos os grupos profissionais se devem juntar e organizar para exigir que o cinema não asfixie de uma vez por todas. O que agora desaparecer será irreversível. A hipótese de renovação do nosso cinema está cada vez mais ameaçada. E também a sua diversidade, indipensável para um cinema Português dinâmico e representativo.

A recente medida governativa sobre o aumento do IVA nos bilhetes de cinema é um péssimo caminho que só irá contribuir para um menor contacto com os espectadores de cinema.

A APR propõe formar um movimento pelo cinema que envolva o máximo de grupos profissionais ligados a esta actividade: realizadores, produtores, técnicos, actores, argumentistas, músicos, associações profissionais, distribuidores, cineclubes, todos aqueles que se dedicam á divulgação do cinema, á sensibilização etc.

Temos que fazer perceber este governo (não são os únicos ignorantes) que o cinema é uma profissão que exige dezenas de especialidades técnicas e artísticas, laboratórios e estúdios de som, equipamentos técnicos, espaços culturais que é preciso apoiar e dinamizar. Meia dúzia de filmes por ano é ineficaz, vai lançar no desemprego milhares de pessoas e entidades que apoiam o cinema e deixará um grande vazio difícil de colmatar.

Propomos desde já avançar com uma tomada de posição conjunta do sector perante o Secretário de Estado da Cultura. Um Secretário de Estado da Cultura ao serviço da Troika e das Finanças não nos serve para nada.

Quem puder na próxima semana participar de uma reunião na próxima quarta-feira 26 de Outubro ás 17h30 no Teatro do Bairro, (Rua Luz Soriano, 63) em Lisboa, com representantes de grupos profissionais ou pessoas singulares que se queiram representar a si próprias estamos pela nossa parte disponíveis e prontos a entrar nessa batalha.

a APR - Associação Portuguesa de Realizadores

PS: Confirmem por favor a participação com o nome dos representantes de cada entidade.
apr.realizadores[at]gmail.com