sexta-feira, 17 de julho de 2009

DocLisboa e a pobreza do serviço público de televisão em Portugal

Na conferência de imprensa do Doclisboa 2009, que teve lugar em 15 de Julho na Culturgest, a direcção do DocLisboa pronunciou-se de forma oficial sobre a lamentável pobreza do serviço público de televisão em Portugal e suspendeu a parceria existente com a RTP:

(...) Em Portugal existem dois canais públicos de televisão, de costas voltadas para o cinema e para o documentário. O número de horas que exibem de documentário é insignificante. O orçamento que atribuem à compra e à co-produção (nacional e internacional), bem como a programação que fazem, são ridículos. Os valores investidos são menos do que um décimo do que seria necessário a um serviço público de televisão. (...)
O DocLisboa e a Apordoc tem relações estreitas com os canais de televisão europeus que coproduzem, compram e exibem documentários. O DocLisboa e a Apordoc sabem muito bem o que é um canal de televisão que se interessa por documentários. A RTP definitivamente não o é. (...) O que se passa na RTP há muito tempo é da ordem do crime. É um crime contra o património e um crime contra os cidadãos.

Nota final: a Apordoc e o DocLisboa pronunciam-se de forma especial sobre o estado do documentário no serviço público de televisão, mas tudo o que é aqui dito sobre documentário, e que revela o desprezo que por ele têm no serviço público português, aplica-se ponto por ponto ao cinema de ficção e aos programas de valor cultural.