quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Carta ao S.E.C. Mario Vieira de Carvalho (01.2007)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA
PROFESSOR DOUTOR MÁRIO VIEIRA DE CARVALHO
ATRAVÉS DE
DR JOSE PEDRO RIBEIRO
PRESIDENTE DO INSTITUTO DE CINEMA E AUDIOVISUAL

A Associação Portuguesa de Realizadores reafirma a sua frontal oposição à redução drástica dos meios financeiros postos à disposição da criação cinematográfica.
Neste momento o orçamento do ICA para apoio à produção de filmes diminuiu para cerca de um terço quando comparado com o montante existente à seis anos atrás (2001).

Assim causou revolta e profunda perplexidade em muitos artistas e profissionais do cinema português a anunciada concessão de um apoio financeiro selectivo a um projecto de filme do realizador americano, naturalizado francês, Eugène Green, por pôr em causa a fragilíssima base de sustentação económica e financeira do nosso cinema, que ameaça simplesmente desaparecer face ao número cada vez mais reduzido de projectos que são aprovados anualmente em Portugal.

A Associação Portuguesa de Realizadores nada têm contra a europeização do sistema de financiamento do cinema, mas afirma que a opção por tal modelo - que este apoio designa - implica um completo redimensionamento da economia do cinema e do audiovisual portugueses, sob pena de, caso contrário, se CONTRADIZER a própria filosofia imanente à nova Lei do Cinema e a legitimidade das respectivas instituições: o Instituto do Cinema e do Audiovisual e, em última instância, o próprio Ministério da Cultura.

Em conformidade, exigimos um esclarecimento URGENTE desta situação, bem como das medidas que, face a ela, pensam vir a tomar as entidades que, política e administrativamente, são responsáveis pela aplicação e defesa dos princípios da Lei do Cinema e do Audiovisual.