EXCELENTÍSSIMO SENHOR SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA
PROFESSOR DOUTOR MÁRIO VIEIRA DE CARVALHO
ATRAVÉS DE
DR JOSE PEDRO RIBEIRO
PRESIDENTE DO INSTITUTO DE CINEMA E AUDIOVISUAL
A Associação Portuguesa de Realizadores reafirma a sua frontal oposição à redução drástica dos meios financeiros postos à disposição da criação cinematográfica.
Neste momento o orçamento do ICA para apoio à produção de filmes diminuiu para cerca de um terço quando comparado com o montante existente à seis anos atrás (2001).
Assim causou revolta e profunda perplexidade em muitos artistas e profissionais do cinema português a anunciada concessão de um apoio financeiro selectivo a um projecto de filme do realizador americano, naturalizado francês, Eugène Green, por pôr em causa a fragilíssima base de sustentação económica e financeira do nosso cinema, que ameaça simplesmente desaparecer face ao número cada vez mais reduzido de projectos que são aprovados anualmente em Portugal.
A Associação Portuguesa de Realizadores nada têm contra a europeização do sistema de financiamento do cinema, mas afirma que a opção por tal modelo - que este apoio designa - implica um completo redimensionamento da economia do cinema e do audiovisual portugueses, sob pena de, caso contrário, se CONTRADIZER a própria filosofia imanente à nova Lei do Cinema e a legitimidade das respectivas instituições: o Instituto do Cinema e do Audiovisual e, em última instância, o próprio Ministério da Cultura.
Em conformidade, exigimos um esclarecimento URGENTE desta situação, bem como das medidas que, face a ela, pensam vir a tomar as entidades que, política e administrativamente, são responsáveis pela aplicação e defesa dos princípios da Lei do Cinema e do Audiovisual.